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TACV. Por cá tudo bem, mas BM só libera dinheiro se reestruturação no Internacional estiver OK
Economia

TACV. Por cá tudo bem, mas BM só libera dinheiro se reestruturação no Internacional estiver OK

Grupo de Apoio Orçamental aplaude a reestruturação interna da operadora aérea estatal, mas espera melhor solução para a TACV Internacional para abrir os cordões à bolsa.

Terminou quase como começou a reunião de trabalho entre o Governo e o Grupo de Apoio Orçamental (GAO): continua suspensa a ajuda orçamental enquanto o Executivo não apresentar uma proposta viável para a TACV Internacional antes da sua privatização.

“O Banco Mundial considera retomar as discussões sobre o apoio orçamental uma vez encontrada uma solução adequada para as operações internacionais dos TACV, assim como a disponibilização de um plano para a resolução da dívida do país”, diz o comunicado do Banco Mundial distribuído à imprensa.

Ou seja, o BM vai manter congelado o seu apoio orçamental a Cabo Verde até que seja revolvido o dossier TACV e a dívida pública do país. A procura interna permanece fraca e a incerteza na economia internacional poderão representar riscos para o crescimento económico em Cabo Verde. A missão concluiu que o défice orçamental atingiu 3.6% do PIB em 2016, representando uma melhoria de 1.0 ponto percentual em relação a 2015”.

O Governo saiu do encontro convencido de que, de facto, é esse o caminho, sobretudo quando o cenário internacional não está assim tão favorável. “Embora o défice orçamental seja inferior ao do ano anterior, não foi, todavia, suficiente para reduzir o stock da dívida. Este aumentou 4.4 pontos percentuais atingindo 131.2% do PIB”, assume o Governo em comunicado.

Em termos comparativos, essa é a taxa de crescimento da dívida mais baixa desde 2008, ainda assim um número suficientemente expressivo para o país, a ponto de elevar o risco de sobre-endividamento. “Os riscos fiscais, particularmente por parte das empresas estatais, deverão ser resolutamente enfrentados. O GAO recomenda que o governo actue rapidamente no sentido de melhorar a capacidade de gestão da dívida, incluindo uma estratégia de redução dessa dívida”, diz a nota.

Mas nem tudo está mau. O GAO incentiva o Governo a levar adiante com a estratégia de promover “uma mais forte” contribuição do sector privado para a economia. O problema é que continua ainda elevado o custo de electricidade, pouco crédito concedido pelos bancos e fraquezas em termos de recursos humanos, identificados como os principais constrangimentos ao crescimento económico.

“A integração relativamente fraca do sector do turismo com os sectores da economia continua a representar uma oportunidade perdida para um crescimento mais inclusivo e para a redução da pobreza” precisou Luís Maia, representante do GAO na Praia, após os três dias de trabalho com o Governo.

A missão do GAO contou com a participação do Governo de Cabo Verde, representantes do Banco Mundial, Luxemburgo, União Europeia, e tem como objectivo contribuir para o Orçamento do Estado, através de donativos e empréstimos para apoiar as principais políticas dos governantes em prol do desenvolvimento económico e social.

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SOBRE O AUTOR

Hermínio Silves

Jornalista, repórter, diretor de Santiago Magazine