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'Boss' da CVAirlines considera "súbita" e "inesperada" a abertura de voos internacionais
Economia

'Boss' da CVAirlines considera "súbita" e "inesperada" a abertura de voos internacionais

O presidente do Conselho de Administração da Cabo Verde Airlines considera "a súbita abertura das fronteiras de Cabo Verde" como um "passo emocionante" para revigorar a economia nacional, mas torce o nariz à decisão do Governo. Para Erlendur Svavarsson "a maioria dos nossos principais mercados e segmentos e grupos de passageiros tradicionalmente servidos ainda permanecem inacessíveis, uma vez que a maioria desses passageiros se abstém de reservar voos para Cabo Verde devido às elevadas taxas de infecção, tanto a nível mundial como local".

Numa mensagem dirigida esta terça-feira, 13, aos clientes da Cabo Verde Airlines através das redes sociais, o CEO da companhia de bandeira nacional começa logo por mostrar espanto pela reabertura ontem, 12, dos voos internacionais de e para o arquipélago ao se referir à decisão do Governo como sendo súbita e inesperada, dando a entender que a CVA não foi ouvida nesse processo. "Caros passageiros, a Cabo Verde Airlines considera a súbita abertura das Fronteiras de Cabo Verde como um primeiro passo emocionante na longa viagem que se avizinha para revigorar a indústria do turismo e a economia nacional de Cabo Verde. A companhia aérea espera ser parte integrante dessa viagem, com passos cuidadosos e medidos chegaremos ao fim desta tumultuosa expedição, ligando mais uma vez quatro continentes através do hub das companhias aéreas na Ilha do Sal".

"Reconhecemos que a inesperada reabertura das fronteiras é apenas o primeiro passo da longa viagem para o renascimento das viagens e do turismo e, consequentemente, da economia local em Cabo Verde", escreveu Erlendur Svavarsson, que, entretanto, não se mostra muito animado com esta decisão do Executivo de Ulisses Correia e Silva.

"Lamentavelmente, podemos também constatar que a maioria dos nossos principais mercados e segmentos e grupos de passageiros tradicionalmente servidos ainda permanecem inacessíveis, uma vez que a maioria desses passageiros se abstém de reservar voos para Cabo Verde devido às elevadas taxas de infecção, tanto a nível mundial como local".

Para piorar, prossegue o boss da CVA, "apesar da abertura da fronteira de Cabo Verde, as fronteiras de outros países permanecem em grande parte fechadas aos passageiros provenientes de Cabo Verde, independentemente da nacionalidade desses passageiros. Os poucos destinos que actualmente têm fronteiras abertas têm, na sua maioria, requisitos de entrada e quarentena muito rigorosos. Isto significa que se prevê que o número de passageiros permaneça baixo até que estes países abram as suas fronteiras".

Também mereceu atenção do gestor islandês o facto de no dia agendado para a abertura dos voos internacionais, Cabo Verde registar o maior número de infectados por Covid-19 num só dia (153). "É lamentável que, no mesmo dia em que é anunciada a abertura da fronteira, Cabo Verde registe o maior número de casos de Covid-19 jamais registados no país num dia. Isto irá reduzir o incentivo para os turistas escolherem Cabo Verde como destino de férias. A redução do número de infecções por Covid-19 continuará consequentemente a ser uma prioridade máxima para todos os habitantes do arquipélago. Este é um enorme empreendimento que exigirá solidariedade e cumprimento de todas as medidas sanitárias e de controlo de infecções relacionadas com a pandemia".

O 'boss' da Cabo Verde Airlines garante, nessa mesma mensagem aos passageiros e clientes da companhia, que a transportadora aérea cabo-verdiana detida a 51% pela Icelandair, "está a envidar todos os esforços para assegurar que possamos regressar a operações eficientes e fiáveis com uma diferença, assim que o ambiente comercial e a situação pandémica tenham diminuído. A abertura de fronteiras estrangeiras e o aumento dos fluxos de passageiros serão as principais métricas para essa decisão", concluiu.

A CVA, recorde-se, tem todos os seus três Boeings fretados à Icelandair, retidos nos EUA, porque o grupo islandês, em jeito de protesto, exige do Governo a injecção de mais capital para que a companhia possa funcionar sem sobressaltos. Neste momento, a empresa está com vários meses de salários em atraso e começa a desmantelar a sede, entretanto, transferida para o Sal, com o regresso de muitos trabalhadores à cidade da Praia.

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