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Votos de Praia, Santiago Também Contam! Propostas
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Votos de Praia, Santiago Também Contam! Propostas

Abaixo a covardia dos decisores que só preocupam com estatutos especiais de uns e contra os de outros e de programas de descriminação positiva que tem ditado o colapso das nossas cidades e da sua cultura, da aniquilação do «todo mundo canta», do centro de artesanato e da feira anual, da feira do livro, do nascente conservatório e orquestra sinfónica numa capital de um país de música de excelência a não edificação museus de arte contemporânea, bibliotecas e da nova centralidade de sucupira-Parque 5 de Julho-parte de Taiti onde todos esperam um complexo de excelência de cultura e lazer, incluindo salas de concertos de música e teatro e respetivas academias, oficinas de artesanato design e danças, tudo isso aliado aos parque de diversão já existente e de estacionamentos (necessários)e espaços verdes, fontanas e iluminação de ornamento em amplas faixas expropriadas no Taiti que também acolheriam atividades ao ar livre como feiras temáticas, circos, feira de natal, concertos e comícios, tornando essa zona uma centralidade capitalina de excelência para o verde, beleza, cultura e lazer e orgulho nacional!

Tenho notado, ao longo de algumas eleições legislativas levadas ao cabo em Cabo Verde que, normalmente, as plataformas dos partidos para essas eleições, não trazem nem refletem intervenções nem uma visão para o desenvolvimento Praia, Santiago como claramente se constata para uma ou outra ilha aí ao norte. Da mesma forma, assistimos ano a ano, quinzena a quinzena, amarga e deprimentemente, a ausência sistemática de intervenções no parlamento sobre os programas e projetos de desenvolvimento da Praia, Santiago. Dá impressão, dizemos nós, os acompanhantes das sessões parlamentares, que a Praia (particularmente) é um paraíso, pois não se submete qualquer proposta sobre projetos estruturantes em falta e sobre dificuldades imensas de funcionamento, inclusive como capital do país!

Assim não se divisa, nas plataformas avançadas, se é desta que Praia / Santiago e sotavento serão também contemplados com um programa especial de desenvolvimento do setor do mar, já que, a região tem as melhores potencialidades para tal, dado ao maior movimento portuário de cargas, maior número de embarcações, operadores e mercado das pescas, investimentos anunciados ou iniciados na orla marítima e dinâmica de crescimento do shipping e seus operadores intermediários (agencias e transitários marítimos); Falta instituições capacitadas para, autonomamente, apoiarem/desenvolverem o shipping, as pescas e atividades na orla costeira, formação de proximidade para o mar e infrastruturas portuárias comerciais, para pescas, e para shipping em Santiago Norte e parte do Sul, para marinas e para a construção/reparação das embarcações etc;

É, por conseguinte, imperioso que os políticos estabeleçam a autonomização do Porto da Praia para que se possa, finalmente, liberta-lo do bairrismo que o impede de receber investimentos propostos, expandir o seu desenvolvimento a assim capacitá-lo para apoiar o desenvolvimento de Santiago e sua hinterland como se faz com todos os portos do mundo, ou seja, cumprir com os programas dos governos dos anos 90 e com o atual! Instalar o Complexo de pesca (novo cais, estaleiro com estudo já efetuado pela PRAO, para construção reparação das embarcações das pescas, mercado primário - a grosso - de pescado, e a instalação de frio) nas cercanias da Praia. Instalar a Direção regional do IMP na Praia para Sotavento e delegação do IMP em Santiago Norte, sediado no Tarrafal e com representações em Rincon, Ribeira Barca, Calheta e Santa Cruz. Portanto no mar os programas e plataformas devem finalmente trazer para Santiago também a faculdade do mar no novo campus da UNI-CV, as administrações autónomas do porto, da administração marítima e uma estrutura regional autónoma das pescas e economia marítima. Instalar DCPs (Dispositivos de Concentração do Pescado) e de aquacultura porque já não há peixes na proximidade e as bacias de Santiago foram consideradas, num estudo chinês, como sendo as melhores do país para viveiros de pescado, faltando ter dirigentes para trazer também para cá os investimentos e não acumularem nas suas ilhas os investimentos que têm sido dinamizados!

Não consentiremos o eterno adiamento e ausência de planos de desenvolvimentos dos clusters ou plataformas relativas a praça financeira, agronegócio e tics cujos epicentros foram anunciados para Santiago, no entanto só deu clusters do mar e aéreo para as outras ilhas! Exigimos inclusão e não exclusão (de nenhuma ilha) nos processos de desenvolvimento do mar, turismo, industria, ordenamento do território e habitação social! Em C.Verde, nenhum setor foi reservado em especial para nenhuma ilha. Todas ilhas têm de (e não têm outra alternativa de sobrevivência e desenvolvimento) agarrar-se a todos os setores, foi sempre assim!

Para nós, a pandemia e algumas atitudes de complexo, cobardia e irresponsabilidade sob capa de regionalização/descentralização, impediram o avanço de processos de edificação do centro de convenções e quatro bairros sociais com financiamento prometido pela cooperação chinesa. Para nós não houve reunião ao Sul para desencalhar investimentos hoteleiros/turísticos como Santiago Resort, Praia Negra Bay, Sambala Village, complexo do Djéu e parque industrial e faculdade do mar, para driblar o maior índice de desemprego que há anos ataca mais os municípios de Santiago e retrocede o ritmo do seu crescimento, podendo causar o colapso de uma ilha que está votada á «desconstrução» que se tornou moda para aqueles que acham que assim não perdem o «norte»!

Sem adiantar muito mais julgo que chegou o momento de proclamar e votar um basta, ao silêncio de decisores que são  dedicados aos projetos brincos e de luxo só para alguns sem prioridade por causa da conjuntura pandémica quer no quadro de situação desigual básica e desesperante de nalguns setores como o mar, turismo, habitação social, industria/energia, agua e saneamento.

Só votaremos plataformas e equipas que representem um quadro exequível de rompimento com o triunfo dos maus e silêncio dos bons e que privam boa parte de ilhas de desenvolver também o seu mar, turismo e todos os setores atrás assinalados de acordo com um plano global sustentável de desenvolvimento de todo Cabo Verde!

Abaixo obras sem estima nem ambição da orla marítima em Santiago (ver Ribeira da Barca e Cidade Velha versus Baía, na devida proporção!)!

Abaixo a discriminação do desenvolvimento do setor do mar para Santiago!

Abaixo o esvaziamento da UNI-CV no sul e a falta de novos cursos para engenharias, mar, artes, algoritmos e multimédia, e um centro no INIDA para o cluster do agronegócio, que assegurarão novas capacitações de emprego!

Abaixo a destruição da competitividade da cidade da Praia e da ilha de Santiago no quadro do desenvolvimento e crescimento atual do arquipélago ao não se planear a implementar o seu centro de convenções, o parque industrial , a faculdade do mar, os epicentros dos clusters de agronegócio, tics e praça financeira e haver anúncios inócuos relativos ao hospital de raiz, à delegacia de saúde da Praia (com o pior edifício dentre os três dos principais centros urbanos do país), ao novo aeroporto internacional, ao programa de habitação social, ao cadastro predial e irregularidades do ordenamento do território e da orla costeira praiense!…

Abaixo a covardia dos decisores que só preocupam com estatutos especiais de uns e contra os de outros e de programas de descriminação positiva que tem ditado o colapso das nossas cidades e da sua cultura, da aniquilação do «todo  mundo canta», do centro de artesanato e da feira anual, da feira do livro, do nascente conservatório e orquestra sinfónica numa capital de um país de música de excelência a não edificação museus de arte contemporânea, bibliotecas e da nova centralidade de sucupira-Parque 5 de Julho-parte de Taiti onde todos esperam um complexo de excelência de cultura e lazer, incluindo salas de concertos de música e teatro e respetivas academias, oficinas de artesanato design e danças, tudo isso aliado aos parque de diversão já existente e de estacionamentos (necessários)e espaços verdes, fontanas e iluminação de ornamento em amplas faixas expropriadas no Taiti que também acolheriam atividades ao ar livre como feiras temáticas, circos, feira de natal, concertos e comícios, tornando essa zona uma centralidade capitalina de excelência para o verde, beleza, cultura e lazer e orgulho nacional!

Abaixo o abandono do estádio da várzea que já devia ver as principais bancadas cobertas, um placard eletrónico que funciona, uma relava mais tolerada pela FIFA e por profissionais do futebol e placas modernas de publicidade estática e (por favor!) o maior campeonato de futebol do país a operar!

- Abaixo as condições de precariedade sistemática dos serviços de provisão de agua a 24 horas e de eletricidade á capital e demais cidades e povoados de Santiago!

- Abaixo a infrastrutura de saneamento a 40% na capital do país!

É isso nas plataformas e com políticos que combatem pela Praia, Santiago no dia a dia da politica, ou não vejo como vai votar a mais de metade dos votantes de Cabo Verde no dia 18 próximo!

 

PS: Muito nos satisfez o anuncio inédito no país proferido ontem pelo dirigente da Escola do Mar, DR Antonio Fernandes que proclamou as três formações para o mar agora iniciadas «para todos os cantos de Cabo Verde»! O atual Ministro da Economia do Mar já o fizera, anunciando a descentralização do ensino para o mar. Mas falta aquele processo essencial: a Instalação e operação da faculdade do mar que pode ser facilitado com a instalação do novo Campus da Uni-CV cujo equipamento podia contar com China que tem desmedida experiencia de operação de universidades marítimas em Shangai e Dalian. Avancem, façam a diferença para os milhares de jovens e profissionais do setor, carentes dessa formação cá no sul, na cintura da Praia, no norte e sul de Santiago, Maio, Fogo Brava, Boavista …

Praia, 30 de Março de 2021

*Mestre em Gestão Transporte Marítimo, cidadão praiense, cabo-verdiano.

 

 

 

 

 

 

 

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