A presidente do ICIEG disse esta sexta-feira, que o femicídio e as questões da VBG em Cabo Verde têm muito a ver com questões culturais e apontou a violência contra as mulheres como consequência de uma cultura machista.
A violência baseada no género (VBG) tem sido um dos problemas mais graves da criminalidade em Cabo Verde, considerando o seu peso relativo no conjunto dos crimes, as suas consequências sociais e a magnitude da vitimização com homicídios e suicídios cada vez mais frequentes, maioritariamente jovens.
No âmbito dos 16 dias de ativismo de luta contra a VBG, Santiago Magazine falou com Vicenta Fernandes (Foto), presidente da Associação Cabo-verdiana de Luta Contra a Violência Baseada no Género. Uma mulher de causas. Das causas da mulher. Das causas da igualdade. Desde a década de 80 que trabalha com o ativismo social e comunitário, dedicando grande parte da sua vida profissional, social e pessoal à luta pela emancipação das mulheres no meio rural, pela luta contra a violência sobre as mulheres e pela igualdade de oportunidades entre mulheres e homens.
O presidente da Assembleia Nacional defende que a ideia da paridade em Cabo Verde remonta a independência nacional, mas admite haver necessidade de se aprovar um quadro legal a ser aplicado nos postos de decisões, visando diminuir as desigualdades.
“ICIEG repudia manipulação de imagens e solidariza-se com Janira Hopffer Almada”
O projecto de inclusão socioeconómica e desenvolvimento da Ribeira de São Miguel, no interior de Santiago, lançado em Março último, e que vai beneficiar directamente 47 mulheres desta localidade do meio rural, encontra-se numa fase “bastante avançada”.
As escolas de formação profissional vão passar a leccionar uma disciplina denominada "Igualdade do Género". Um Memorando de Entendimento nesse sentido vai ser assinado esta sexta-feira, 15, entre o Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e a Equidade de Género, (ICIEG) e cinco instituições ligadas à formação profissional e ao combate contra as desigualdades de género no país.