A deputada do Partido Africano de Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Carla Carvalho, acusou hoje o Governo de ser cúmplice ao “encobrir a gestão danosa” dos gestores da Ficase e de “normalizar a corrupção” em Cabo Verde.
O relatório de auditoria acerca do funcionamento da FICASE entre 2017 e 2020 denuncia irregularidades e ilegalidades na aquisição de dezenas de bens e serviços sem concurso público, por isso pede intervenção do Tribunal de Contas e da ARAP. O documento, de 683 páginas, e só recentemente homologado, fala ainda de “omissões e incongruências” nas demonstrações financeiras e utilização indevida de mais de 7 mil e 700 contos que não entraram na conta do Tesouro.
O presidente da UCID declarou hoje, em conferência de imprensa, no Mindelo, que o presidente da câmara de São Vicente, Augusto Neves, se estivesse a viver num outro País, “estaria na cadeia por gestão danosa” do património municipal.
Na era do “sem djobi pa lado” a Administração Pública conheceu os maiores retrocessos da sua história recente pelo nível de desorganização, incompetência e disfuncionalidade verificado.
O PAICV questionou hoje o paradeiro de oito milhões de contos mobilizados pelo Governo no âmbito da covid-19, e que não foram reportados no relatório de parecer do Tribunal de Contas (TC).
O presidente do Tribunal de Contas de Cabo Verde, João da Cruz Silva, esclareceu hoje, num comunicado, que não existem relatórios dos auditores, explicando que estes apenas apresentam propostas que são revistas e validadas pelos juízes.
O líder da bancada parlamentar do PAICV, João Baptista Pereira, denunciou hoje aquilo que o seu partido classifica de “alteração” dos relatórios dos auditores por parte de juízes do Tribunal de Contas colocando em causa a transparência.