Toda a gente fala da liberdade de imprensa, direi mesmo que este é o tema recorrente da última semana. De uma ponta a outra do espectro político, passando pelos opinadores de serviço e indo até algumas lêndeas do jornalismo, tecem-se loas, cantam-se hinos ou exibem-se números manipulados segundo os diversos interesses particulares ou as conveniências das variadas freguesias.
Lembras-te, Neneu
(…) depois da polêmica à volta da interpretação do conteúdo do relatório sobre direitos humanos do Departamento de Estado – dos Estados Unidos de América -, que denunciou, mais uma vez, um ambiente crispado entre a situação e a Comunicação Social onde, estranhamente, por uma suposta subjetividade na tradução do inglês, uns tenham considerado a classificação de Cabo Verde como excelente e outros de medíocre. Surge agora, a notícia de Cabo Verde em destaque a nível regional precisamente pela sua extraordinária performance (imagine-se) no...
A liberdade de imprensa é um dos valores fundamentais, dignos de consagração constitucional, no nosso País.
De há alguns dias a esta parte, o jornalismo cabo-verdiano, os seus profissionais e o sindicato da classe têm sido alvo de ataques desmedidos, injustificáveis e gratuitos por parte do poder político. Primeiro, foi o comunicado do Governo e outras reacções consequentes ao tratamento jornalístico dado, pela imprensa nacional, ao relatório do Departamento de Estado sobre os Direitos Humanos em Cabo Verde.
O chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, disse hoje que não vale a pena uma "picardia" sobre quem interpretou melhor o relatório sobre direitos humanos elaborado pelos Estados Unidos, considerando que é preciso trabalhar para melhorar.
Cabo Verde desceu dois lugares no Índice da Liberdade de Imprensa da organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras hoje divulgado e que regista um "recuou da liberdade de imprensa" pela primeira vez desde a década de 90.