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Cabo Verde quer importar polpa de beterraba. Objectivo é combater os impactos da seca
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Cabo Verde quer importar polpa de beterraba. Objectivo é combater os impactos da seca

Cabo Verde quer importar a polpa de beterraba para animais ruminantes. O concurso para importação, distribuição e comercialização deste tipo de fibra foi lançado pelo Governo no âmbito do Programa de Emergência para Mitigação da Seca e do Mau Ano Agrícola 2017/2018. Os animais estão a morrer por falta de pastos no país.

Trata-se de um concurso público, segundo um documento publicado pela Direção Nacional do Ambiente, direcionado às empresas ou entidades de direito cabo-verdiano, do ramo de importação e/ou que produzem e comercializam alimentos para animais, com alvará comercial atualizado.

A seleção das candidaturas está em curso, e dentro em breve será conhecida a empresa ou entidade que vai passar a importar e comercializar a polpa de beterraba, mais próximo possível dos criadores em todo o território nacional, a um preço acessível e uniforme em todos os pontos do país.

Toda a logística de importação e distribuição ficará sob a responsabilidade da empresa vencedora do concurso. O Governo atribuirá á empresa vencedora a isenção de todos os impostos e taxas associadas á importação, aprovados no quadro do Programa de Emergência para Mitigação da Seca e do Mau Ano Agrícola 2017/2018.

Além disso, bonificará a aquisição da polpa de beterraba, mediante a atribuição de vale-cheques aos criadores. Mais: “caso a quantidade importada não se esgotar até o término do programa de emergência - setembro 2018 -, o Governo garantirá a sua comercialização, mediante um programa específico de promoção de pecuária”.

Esta decisão de importar a polpa de beterraba tem por objetivo mitigar a seca e o mau ano agrícola, assegurar a resiliência das ilhas e garantir os meios de subsistência das famílias afetadas. O que se pretende é proteger a atividade pecuária e garantir as condições de manutenção do núcleo reprodutor ruminante.

“O Governo entende necessário introduzir no sistema de salvamento do gado, mais um produto de qualidade, proveniente da importação, não só para satisfazer a demanda, como também para assegurar algum estoque de segurança de alimentos para ruminantes no mercado”, lê-se na nota justificativa.

Recorde-se que o Governo conseguiu mobilizar 10 milhões de euros para o Programa de Mitigação da Seca e do Mau Ano Agrícola. Este dinheiro deverá ser utilizado nos subprogramas Salvamento do Gado, Emprego Público e Mobilização de Água. 

O emprego público está a cargo das Câmaras Municipais, onde se pratica um salário médio de 230 escudos diários. 

Quanto ao salvamento de gado, o Governo partiu o apoio à aquisição de rações, por meio de vale cheques, mas este processo tem sido muito contestado pelos criadores. Estes alegam que para adquirir um saco de ração, no valor de mil, 480 escudos cada saco de 25 quilos, terão de mobilizar pelo menos mil e 80 escudos, uma vez que cada vale cheque corresponde um valor facial de 300 escudos.

No que se refere à mobilização de água pouco coisa se sabe, uma vez que o Governo não tem passado essas informações para a sociedade. 

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Redação