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Novo Governo toma posse esta tarde
Política

Novo Governo toma posse esta tarde

Os membros do novo Governo, liderado por José Ulisses Correia e Silva, tomam posse hoje à tarde(17h00), na Cidade da Praia, numa cerimónia que vai ser presidida pelo presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, no Palácio da Presidência.

O novo Governo, o segundo desta legislatura, saído da remodelação governamental , passa a contar com mais dois novos ministros e seis secretários de Estado adjuntos, que se juntam aos 11 ministros, além do primeiro-ministro, que tomaram posse a 20 de Abril de 2016.
Esta é a primeira mudança do elenco governamental e terá um impacto financeiro de 32 mil contos.

Segundo o primeiro-ministro, esta proposta, que foi aceite pelo Presidente da República, é no sentido de continuarem a ser um Governo “eficaz, que tenha maior eficiência e maior nível de coordenação”.

“Esta remodelação já vem sendo preparada há algum tempo e o Governo continua pequeno quanto baste e nós acrescentamos apenas dois ministros e temos mais secretários de Estado e esses serão todos secretários adjuntos e não como secretários da Secretaria do Estado. Queremos reforçar a coordenação económica, reforço da coordenação política e melhoria da eficácia e eficiência governativa”, sublinhou o primeiro-ministro.

Ulisses Correia e Silva, que não apostou na substituição de nenhum dos ministros que já faziam parte do elenco governamental, disse que está satisfeito com o desempenho destes, por isso vão continuar nas suas funções.

Em reacção à primeira renovação do governo, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição) considerou que a mexida do Executivo sustentado pelo MpD vem dar razão às críticas da oposição e da sociedade civil, mas também revela a “falta de coragem” de agir em tempo útil.

Janira Hopffer Almada afirmou que o Governo, que já vinha dando sinais de “stress e cansaço”, não teve eficácia nem eficiência de apresentar aos cabo-verdianos a solução prometida, mas também não tem sabido demonstrar que está à altura dos desafios que um país como Cabo Verde tem.

“Quem não se lembra do primeiro-ministro anunciar, com pompa e circunstância, durante a tomada de posse, que o seu Governo reduzido era para manter e que nada justificaria o seu alargamento, e hoje podemos ver que esse executivo teve um alargamento gordo, passando de 12 para 20 membros”, suscitou, sublinhando que esta medida demonstra e põe a nu que as promessas e compromissos de Ulisses Correia e Silva não são para serem levados a sério.

O PAICV, de acordo com a sua líder, espera que o Governo “esteja à altura dos cabo-verdianos e tenha a capacidade para actuar com eficiência e eficácia de modo a garantir as respostas que tanto os cabo-verdianos esperam”.

Enquanto oposição, prometeu fazer a fiscalização para que o programa do Governo possa ser cumprido, e, por outro lado, apresentar propostas e alternativas lá onde as respostas não estejam delineadas ou estejam em consonâncias com as expectativas da população.

Ao reagir sobre a remodelação governamental, o secretário-geral do Movimento para Democracia (MpD – poder), Miguel Monteiro, disse que os novos membros do governo vão reforçar o executivo e contribuir para materialização do seu programa.

“Temos grandes desafios em Cabo Verde. O Governo está a levar a cabo uma série de reformas no país que necessita de uma equipa calibrada”, explicou Miguel Monteiro.

“Se no final da legislatura Cabo Verde estiver melhor, com mais segurança, mais emprego, mais condições de vida, menos pobreza, certamente nenhum cabo-verdiano irá importar por se ter aumentado o número de membros do governo, neste momento”, salientou Miguel Monteiro.

“O primeiro-ministro disse que pretenderia ter um governo enxuto, cumpriu a promessa nessa altura devida. Neste momento, aumentou os membros do Governo porque há necessidade”, disse o dirigente do MpD.

Por sua vez, o presidente da UCID, António Monteiro, manifestou-se “surpreso” com o aumento do Governo de 12 para 20 membros, considerando que a remodelação é “demasiada profunda e extensa” e contradiz os argumentos defendidos pelo MpD nas campanhas eleitorais.

“Surpreendemos com um Governo que entra, de uma só assentada, mais oito elementos, partindo de 12 para 20, o que deita por terra todos os argumentos que o MpD defendeu, de ter um governo reduzido, magro e eficiente, segundo palavras do primeiro-ministro, a menos de um ano e meio de tomada de posse”, afirmou António Monteiro, que se mostra “ansioso” para ouvir os argumentos actuais e observar a eficiência que esta mudança produzirá.

Os democrata-cristãos entendem, por outro lado, que os resultados que o Governo vinha apresentando estavam “muito aquém” daquilo que o país necessitava, daí que, ao assumir esta posição, segundo António Monteiro, estará a dar razão à UCID pelas críticas levantadas em termos de resultados produzidos.

“Ao fazer a remodelação, o Governo dá a mão à palmatória e assume que não conseguia cumprir com tudo aquilo que prometeu ao  eleitorado cabo-verdiano e que a remodelação era necessária”, salientou, acrescentando que a remodelação “é demasiada profunda e extensa, o que poderá prejudicar a própria eficiência do sistema”.

Com Inforpress

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