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Da cobardia à canalhice
Ponto de Vista

Da cobardia à canalhice

É com azedume - e desta feita fazendo uso da independência da coluna Ponto de Vista do jornal online Santiago Magazine - que me dirijo, por escrito, ao jornal A Nação, por incumprimento do acordo sobre a publicação de dois artigos meus, mostrando falta de profissionalismo, para não dizer "cobardia" ou "canalhice", na origem deste volte face. Porque, por ter publicado apenas um dos meus artigos, e não o acordado, demonstra cobardia remendada com canalhice, quiçá, ainda maior.

Vamos para já esclarecer o seguinte: para mim, desde o início a escolha do jornal A Nação para publicar os meus artigos foi um erro. Como não leio muito os jornais (mea culpa!!) não sabia quem era o editor executivo do jornal A Nação, pois sendo ele, José Vicente Lopes, visado num desses meus artigos, nunca teria autorizado tamanha provocação. Quando descobri esta realidade já era tarde demais e o meu representante já tinha escolhido o jornal A Nação e acordado com o seu director, Alexandre Semedo, a publicação dos dois artigos na seguinte ordem: primeiro "Bélgica, periodo peri-independência"; segundo "Retrato de Praia Cidade", ambos publicados posteriormente pelo Santiago Magazine, após a recusa do A Nação.

Depois de ter descoberto tal paradoxo deixei, mesmo assim, os meus artigos com o jornal A Nação por minha honra, pois só tenho uma palavra. Mas não sabia que a cobardia e a canalhice conviviam tão bem.

Prometi a mim mesmo que esses artigos haveriam de ser publicados num outro jornal, mas desta feita acompanhado desta "mise au point". Pois mesmo se sou a favor da liberdade de imprensa, num país democrático como o nosso, em pleno século XXI, admito que a direcção de um jornal possa recusar a publicação de artigo evocando argumentos da profissão, mas nunca por cobardia e/ou canalhice", envergonhando a classe.

Se, por ventura, queriam calar-me fiquem sabendo que com muito orgulho deixei bem claro na última página do meu Curriculum Vitae que nunca pertenci a nenhuma organização política-partidária e o que penso com a minha cabeça vem ao público pela minha boca ou pela pena da minha caneta. Portanto, é difícil silenciar-me!

Espero uma resposta, se a cobardia e/ou canalhice não vos bloquear de novo.

* Nome artistico de José Manuel Fragoso

Médico-cirurgião sénior no Hosp+ital Agostinho Neto

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SOBRE O AUTOR

Redação