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Pescas. Falta de infra-estruturas e aumento da capacidade das embarcações são os maiores desafios do sector
Economia

Pescas. Falta de infra-estruturas e aumento da capacidade das embarcações são os maiores desafios do sector

A directora-geral dos Recursos Marinhos afirmou hoje que o sector das pescas desempenha um papel fundamental na economia nacional e geração de emprego, apontando, entretanto, a falta de infra-estruturas de pesca e aumento da capacidade das embarcações como principais desafios.

Vera Gominho fez estas declarações à Inforpress no âmbito das comemorações do dia do Pescador Cabo-verdiano que se assinala hoje em todo o arquipélago, destacando que a data deve servir de reflexão sobre o papel que as associações piscatórias e comunidades piscatórias desempenham, para, ajuntou, poder desenvolver de melhor forma o sector pesqueiro em Cabo Verde.

Segundo esta responsável, o sector das pescas enquanto sector primário da economia contribui com cerca de 2% no Produto Interno Bruto (PIB), frisando, no entanto que se está a trabalhar para que esta contribuição seja ainda maior que este valor.

Neste momento, conforme indicou, a sustentabilidade dos recursos pesqueiros, infra-estruturas do sector, unidades de produção de gelo e aumento da capacidade em termos das embarcações são os maiores desafios enfrentados pelo sector.

“Temos o desafio da sustentabilidade dos recursos pesqueiros. A diminuição dos recursos pesqueiros é um fenómeno mundial, e Cabo Verde, pelas suas características, tem um potencial haliêutico reduzido. E temos ainda o aumento da capacidade em termos das embarcações de pesca e em termos de rendimento da autonomia para que possam ter uma exploração maior em termos de captura dos recursos”, afirmou.

De acordo com a responsável dos Recursos Marinhos, o Governo vai investir cerca de 350 mil contos na recuperação de arrastadouros de pesca a nível nacional, um valor previsto no Orçamento do Estado para 2019 e que abrange 70 pontos de desembarque, distribuídos nas 88 comunidades piscatórios do país.

Vera Gominho afirmou, entretanto, que para tal terão que estabelecer as prioridades e fasear conforme forem as necessidades, isto porque, lembrou, existem ilhas com algumas situações que são particulares em termos das condições do mar e dificuldades no que se refere a produção de gelo.

“Temos algumas comunidades onde a produção é ainda insuficiente para cobrir o número de embarcações. Estamos a fazer um estudo, que é para priorizar em quais ilhas, porque praticamente em todas as ilhas, com excepção da ilha do Sal, temos algumas dificuldades em termos da produção de gelo”, disse, ressaltando que se está a fazer o levantamento de todas as unidades a nível nacional para a colocação de novas máquinas, de modo a aumentar essa capacidade a nível nacional.

Realçou, por outro lado, que para garantir a sustentabilidade da pesca em Cabo Verde, o Governo pretende implementar medidas que têm que ver com o plano de gestão das pescas, que conforme sublinhou, vai ao encontro dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável destinados a cada piscaria, conforme for o estado de exploração.

Vera Gominho aproveitou a ocasião para felicitar a todos os operadores e apelar à união da classe, tendo adiantado, por outro lado, que no quadro da fiscalização e vigilância da pesca ilegal, está se a trabalhar na promoção de novas formações para os inspectores da pesca e criação de quadro de observadores.

De acordo com os dados, Cabo Verde tem mais 4.600 pescadores, sendo 4.000 artesanais, que operam em mais de 1.600 botes, a partir de 97 pontos de desembarques espalhados por 73 comunidades piscatórias e 600 pescadores que operam em 117 navios de pescas industriais.

Existem 1.500 peixeiras, dos quais 1.425 são mulheres chefes de família. Na produção de conservas, estão registadas 1.800 pessoas, sendo que 1.650 são mulheres.

O sector da pesca representa a sobrevivência de aproximadamente 30 por cento (%) da população de Cabo Verde e quase 80% de exportação dos produtos do arquipélago, numa média de 12 toneladas ao ano.

Os dados indicam ainda que o sector emprega 5% da população activa e tem um grande impacto na segurança alimentar.

Com Inforpress

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