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EUA deportaram 15 cabo-verdianos em 2020, 70% menos que em 2019
Sociedade

EUA deportaram 15 cabo-verdianos em 2020, 70% menos que em 2019

As autoridades norte-americanas deportaram 67 cidadãos de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) em 2020, uma quebra de 34% face a 2019, influenciada pela diminuição de casos entre cabo-verdianos, segundo dados oficiais.

De acordo com o relatório de deportações do ano fiscal de 2020 (01 de Outubro de 2019 a 30 de Setembro de 2020) da agência federal norte-americana para a Imigração e Alfândegas – Immigration and Customs Enforcement (ICE) -, consultado hoje pela Lusa, o número de cabo-verdianos deportados, por vários motivos, mas sobretudo imigração ilegal, desceu de 50 em 2019 (68 em 2018) para 15 no ano passado (-70%).

Nos Estados Unidos reside a maior comunidade cabo-verdiana fora do arquipélago, a qual está estimada em mais de 250.000 pessoas, concentradas sobretudo no estado de Massachusetts.

Ainda segundo o relatório de 2020 do ICE, que actua na jurisdição do Departamento de Segurança Interna norte-americano, Angola ‘destronou’ Cabo Verde na liderança das expulsões entre cidadãos dos PALOP, com 43 deportações, um aumento face às 40 em 2019 e 32 em 2018.

Depois de quatro deportados em 2019 – e cinco em 2018 -, nenhum cidadão da Guiné-Bissau foi expulso dos Estados Unidos em 2020, o mesmo acontecendo com São Tomé em Príncipe (tal como nos anos anteriores).

Para a Guiné Equatorial foram deportados sete cidadãos, face aos cinco em 2019 e 2018, enquanto para Moçambique foram deportados dois cidadãos, contra os três no ano anterior e nenhum em 2018.

Já o número de portugueses expulsos caiu para 47, contra os 101 no ano anterior e 96 em 2018.

Ainda nos países lusófonos, o Brasil viu o número de deportados aumentar para 1.902, face aos 1.770 em 2019 e 1.691 em 2018, enquanto Timor-Leste voltou a não registar qualquer caso de deportação, tal como em 2019 e 2018.

No total, os Estados Unidos deportaram no ano fiscal de 2020 um total de 185.884 cidadãos de várias nacionalidades, por emigração ilegal, condenações pendentes e transitadas.

Trata-se de uma forte quebra, face às 267.258 deportações registadas em 2019.

O relatório daquela agência federal refere que durante a pandemia de covid-19 foram dados “passos significativos” para “proteger” estes cidadãos estrangeiros com ordem de deportação, desde logo travando qualquer expulsão envolvendo cidadãos com suspeita de infecção pelo novo coronavírus.

No ano passado, Santiago Magazine reportou a chegada de oito cabo-verdianos repatriados num jacto particular do estado norte-americano

Os EUA já repatriaram para Cabo Verde, ao longo dos tempos, centenas de cabo-verdianos. Em Janeiro de 2017, o ex-presidente norte-americano, Donald Trump, fez aprovar uma nova lei anti-imigração nos EUA em que, além dos casos de crimes graves, indocumentados dos mais diversos países seriam devolvidos aos países de origem. Cabo Verde receberia, a partir de então, uma deportação massiva de 400 cidadãos crioulo-descendentes e emigrantes ilegais nos EUA, processo esse liderado pelo ex-embaixador do país em Washington, Carlos Veiga.

Ao todo, desde os anos 1990 já foram deportados mais de 1300 cabo-verdianos, com destaque para os dos EUA e, a longa distância, repatriados vindos de Portugal e França, segundo dados oficiais.

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