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O Carnaval começou mais cedo
Ponto de Vista

O Carnaval começou mais cedo

Que não se invoque a seca severa durante três anos consecutivos e nem a pandemia do covid-19, para justificar ou racionalizar os falhanços nucleares na governação do País.

Tais acontecimentos, ainda que contingenciais, não explicam de todo os falhanços nas medidas de políticas sobre o sector dos Transportes, particularmente graves e com respaldo na actual situação dos TACV.

É indesmentível e indisfarçável a queda brutal da popularidade e do índice de confiança dos cabo-verdianos face ao governo, particularmente e com maior ênfase em relação ao Primeiro Ministro e Líder do Partido que sustenta o Governo.

De facto, o Governo iniciou a prática do distanciamento social ainda em 2016, pouco tempo depois das eleições legislativas em que o MpD saiu vencedor com cerca de 55% dos votos e com maioria absoluta, destronando o PAICV, no poder durante 15 longos anos.

Creio que os membros do governo, todos sem excepção, promoveram o afastamento de tudo e de todos, gravitando à volta de alguns fiéis, pelo que o sufoco que agora enfrentam para reverterem a situação resulta disso mesmo. Até dos próprios militantes do Partido que sustenta o governo se afastaram e hostilizaram com o slogan de «Nós Partido é Cabo Verde»

Tarefa árdua, diria mesmo missão quase impossível. Nada que não tivessem conhecimento ou experiência de antecessores no poder.

Até 17 de fevereiro próximo, data a partir da qual será proibido por lei efectuar inaugurações e outros actos, que possam configurar eleitoralismo com desvantagens para outros concorrentes, verificar-se-á um corrupio frenético de promessas e concessões de regalias e subsídios, subvenções e financiamentos de obras sociais, incluindo aumentos de rendimentos de classes mais desfavorecidas da população, em que se inclui o aumento do salário mínimo nacional.

Antes tarde do que nunca.

Utilizar-se-á despudoradamente a comunicação social, particularmente a Televisão Estatal para tempos de antena, encobertos com notícias de obras e agenda oficial do governo.

O que eles não sabem ou talvez saibam, é que muito pouca gente já os ouve. Tudo soa a falsidade e promessas vãs, ou populismo bacoco em tempo de campanha para angariar votos e permanecer no poder.

Tratando-se de um País eleitoralmente bipolarizado, muitos erguer-se-ão para defender os seus interesses e empregos. Por isso será dramático para muitos, principalmente para aqueles que nunca fizeram outra coisa senão grudar-se aos homens do poder.

Boa semana a todos e um abraço fraterno

* Texto originalmente publicado pelo autor na sua página no Facebook

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