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Manuel António Torres responde artigo da médica do Hospital Agostinho Neto
Ponto de Vista

Manuel António Torres responde artigo da médica do Hospital Agostinho Neto

Relativamente às suspeitas de má conduta, eu até teria o prazer de fazer por vias normais, mas não há orientações em como um utente pode fazer uma reclamação ou sugestão. Aliás, no artigo anterior, ficou patente a minha preocupação. Ver o 9º parágrafo do artigo anterior (O pior é que nem tinha como reclamar, porque o funcionário não estava identificado, o livro de reclamações deixou de existir. Esse é um mal que já infestou toda a Administração Pública).

Tomando o conhecimento da sua reação relativa ao meu artigo publicado no mesmo Jornal online- Santiago magazine intitulado – Desabafo de um utente sobre o atendimento no hospital Agostinho Neto, uso da mesma via para responder-lhe os seguintes:

Primeiramente, dizer-lhe que não foi e nem será minha intenção a troca de palavras nos meios de comunicação social, nem tão pouco atingir a sua pessoa.

Quem leu atentamente o meu artigo certamente pôde constatar que a minha preocupação foi extensiva ao atendimento no seu todo, naturalmente que a senhora sendo parte integrante e pela responsabilidade que teve e tem, teria que aparecer como parte de um todo, que é o Atendimento.

A título elucidativo transcrevo o 3º parágrafo do artigo anterior (Este artigo debruça particularmente nas questões relacionadas com o atendimento de um modo geral, com particular destaque para o Hospital Agostinho Neto, decorrente de factos vivenciados por mim e meus familiares, aquando da doença da minha irmã, que hoje já não faz parte do mundo dos vivos)

A critica não pode ser entendida apenas no sentido depreciativo, pois, quando vista com bons olhos, convida nos a refletir mais e, por conseguinte, ajuda a melhorar tanto a performance pessoal como a organizacional. 

Encaro a sua reação com maior naturalidade, o que achei “impressionante” é o título do artigo o “Sofrimento não ultrapassa a verdade.”

Queria com isso dizer que aquilo que eu escrevi no meu artigo não corresponde à verdade?

Factos são factos. Contra factos não há argumentos. A senhora refugiou-se na literatura científica, disse o que fez de bom, entretanto, ao longo desse discurso, não descortinou a mentira que possa suportar o título do seu artigo.

Dado momento no seu artigo fez referência que não estive em várias consultas dada por si, mas o facto de eu não estiver presente, não significa que não estive a acompanhar o estado de saúde da minha irmã. Fi-lo sempre, e em sintonia com os meus familiares; mas, mesmo assim, durante a minha explanação fui muito contido, debrucei-me sobre os dias 18, 19, 20 de dezembro de 2020, que sei de muito mais coisas.

A título de exemplo, no dia 06 de outubro de 2020, estive no Hospital Agostinho Neto, conforme hora combinada, ou seja, às 9 horas, para fazer o levantamento de Atestado Médico e a justificação de faltas.

Cheguei ao Banco de Urgência com dez minutos de antecedência, pois, não queria atrapalhar nem a minha agenda e nem a de outrem, entretanto, esperei até às 10h30. Ninguém no Banco de Urgência sabia explicar-me onde estava a pessoa.

Mandar-me para procurá-la noutro serviço, também não estava, e ninguém sabia dar-me a informação, fui à Clínica onde dá consultas, a funcionária que me atendeu, primeiramente recusou chamar, com argumento que não vale a pena referir.

Depois de tanta insistência ela acabou por lhe chamar, mas segundo me informou, o telefone estava desligado.

A pessoa compareceu no serviço por volta dos 14.30, o assunto ficou resolvido depois das 16 horas. O atendimento precisa melhorar ou não?

Relativamente às suspeitas de má conduta, eu até teria o prazer de fazer por vias normais, mas não há orientações em como um utente pode fazer uma reclamação ou sugestão. Aliás, no artigo anterior, ficou patente a minha preocupação. Ver o 9º parágrafo do artigo anterior (O pior é que nem tinha como reclamar, porque o funcionário não estava identificado, o livro de reclamações deixou de existir. Esse é um mal que já infestou toda a Administração Pública).

Faço uso das suas palavras para terminar este artigo: “vamos todos respeitar uns aos outros, pois este é o caminho, para uma sociedade mais consciente e interativa, rumo ao progresso da nossa nação.”

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