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Juventude cabo-verdiana nas pegadas de Amílcar Cabral
Ponto de Vista

Juventude cabo-verdiana nas pegadas de Amílcar Cabral

Juventude Cabo-verdiana não podemos trair os princípios de Cabral, Juntar, Fortificar e Progredir, esta é a única alternativa que sobra para sermos grandes e salvar o nosso país desta antiga estiagem governamental, com pertença, missão e visão.

A juventude Cabo-verdiana precisa assumir a sua opinião pública com ética e inteligência e incorporar a Cidadania Ativa, sem temer aos Partidos Políticos, não temos nada a perder, estamos a trair os princípios de Cabral, e estamos a perder o país com esse silêncio. Durante algum tempo percebi que a nossa juventude é herdeira da vitimização motivada pela política “sustentalista”, que por vários anos inunda o país, e sem razões sólidas oprime os seus pensamentos, porque de forma reducionista pensa que tem algo a perder ao posicionar-se ao lado do Povo para despertar consciências, projetar valores, exigir direitos, qualidades de vida e justiça aos governos, porque há uma estiolada esperança de que amanhã ou depois de amanhã esses mesmos partidos vão lhe estabelecer oportunidades, e acaba adotando a complacência e a Cidadania Passiva, as mais esmagadoras inimigas da mudança e do progresso coletivo.

A nossa juventude não deve acomodar-se com um emprego e um salário de três dígitos, num ambiente de exploração e dinastia de cargos privilegiados e de riquezas, nem tão pouco dar continuidade às políticas precárias altamente desiguais e sustentadas por princípios partidários implacáveis, e sim erguer o país com uma nova visão, uma visão séria, transparente, justa e Progressista e não translucida, partidista e lucrativa”. Pois, temos claras experiências de que esses perfis têm deixado de rastos o país como temos hoje, muito aquém de onde podia e devia estar. Minha juventude, acredito que não queiramos reedificar este cenário, nem reproduzir estes episódios, e sendo assim, é preciso juntar e fortificar como uma grande nação que somos. Os Cabo-verdianos não precisam de muito para serem felizes, apenas respeito e dignidade, e isso jamais acontece na política nacional porque nada nem ninguém mudou, apenas houve rotações de títulos e não de responsabilidades.

Esta juventude em que acredito que pode e vai salvar as ilhas dessa antiga estiagem governamental, precisa fomentar o seu espírito de pertença e ganhar a consciência de que o Povo precisa da sua força e inteligência, da sua estratégia e habilidade, da sua dedicação e entrega, à uma real gestão do aparelho do estado, do Povo, e do futuro dos nossos filhos.

Este silêncio me incomoda, esse temor me preocupa, o não importar me aflige, e esta oportunista cumplicidade, por vezes me diz que estes mesmos tempos de incertezas e perdas, nos aguardam, mas eu tenho um compromisso, uma missão que a vida me concedeu para com a nação Cabo-verdiana, de dar tudo o que tenho, tudo o que sei e tudo o que devo, para escrever um novo destino das nossas Ilhas, e de todos os Cabo-verdianos. Há uma certeza que me fortalece e que ampara todos os dias, a certeza de que não estou sozinho, a certeza de que somos muitos a almejar uma positiva e equitativa viragem do arquipélago, onde as lamurias são cada vez mais salientes. Não tem cabimento navegar num rio de milhões públicos e ter plantas a secar na orla por falta d´água, enquanto outras se afogando nas profundidades, porque uns fazem e desfazem na superfície, por caprichos e jamais serão punidos.

A independência devia produzir a autonomia coletiva e erradicar a pobreza que ainda persiste ao olho nu, assim como a democracia devia produzir a igualdade e justiça, e eliminar esse estado de impunidade, que desfavorece na integra a maioria. Entre tantos discursos vazios que deambulam por aí na atmosfera dos nossos parlamentares o pior é “trimodi, oji e nhos manhan e nôs”, esse discurso é gravíssimo é para lá do desprezível à juventude Cabo-verdiana e ao Povo que é soberano. Este discurso trata-nos de tudo, menos de conscientes e inteligentes suficiente, para escolhermos e decidirmos o melhor destino para o nosso amado País. Infelizmente há uma base forte que o assegura e o sustenta há várias décadas, que é a “falta de coragem da nossa juventude” em criar uma estrutura trabalhadora, transformadora de vidas, realizadora de sonhos, justa e próxima, numa liderança comunicadora, servidora e que catapulta a nação à um progresso coletivo.

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Redação