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E se a barragem de banca furada não estivesse furada
Ponto de Vista

E se a barragem de banca furada não estivesse furada

Acredito que os duzentos mil contos a investir na recuperação da barragem, e com amortização do investimento a médio e longo prazos, não é nada comparado com os resultados que daí advém. Resultados esses que podem ser rapidamente anulados através da geração de empregos, impostos, pessoas que deixavam de receber ajuda do estado, melhoria da qualidade de vida e redução do custo de vida. Não esquecendo de mencionar que dotados de um adequado programa de gestão e manutenção, podem sobreviver mais de 100 ou 150 anos e essa mesma barragem continuará a fornecer água ao vale do Fajã.

Como estaria o Vale de Fajã com a barragem de Banca furada, depois da impermeabilização?

As barragens têm impactos no agronegócio, na conservação dos solos e nos lençóis freáticos. Tem impacto em tudo isso, mas também na fauna, na flora, na qualidade do ar, no ambiente em geral. Uma barragem acrescenta wetland (Zonas húmidas) a um território.

Muito se tem escrito sobre investir ou não na barragem de banca furada. O PAICV fala em impermeabilizar a barragem e o MPD afirma que não justifica gastar duzentos mil contos em recuperar essa barragem.

Passados 5 anos nenhuma outra solução foi apresentada aos agricultores do vale de Fajã e arredores mesmo com muitos agricultores passando por dificuldades e vemos um vale a degradar por causa do abandono de muitas terras.

Mas uma coisa todos estamos de acordo, se a barragem tivesse sido bem construído sem falhas ou o governo que saiu das eleições de 2016, o  tivesse impermeabilizado, a vida dos que dependem direta e indiretamente da agricultura e da criação de gados seria completamente diferente. Teríamos mais produtos agrícolas do mercado o que resultaria numa baixa de preços em São Nicolau e nas outras Ilhas para onde esses produtos são exportados, como exemplo a Ilha do SAL.

Acredito que passados 5 anos teríamos centenas de agricultores a trabalhar as suas terras, e a tirar daí o sustento e da sua família. Com a conclusão do sistema de distribuição da água, todo o vale de Fajã, desde Cachaço, lombo pelado, fajã de cima, Cabeço de Morreom, Fajã de Baixo, Furado, Queimadas e Estancia de Brás já estariam a produzir. O que iria originar postos de trabalhos para os jovens que se encontram em São Nicolau ou o regresso de muitos que estão a viver noutras Ilhas.

A barragem de Figueira Gorda, na ilha de Santiago, que tem menor capacidade de armazenamento, beneficia mais de 355 agricultores e comparando com a barragem de banca furada, teremos mais terrenos irrigados e mais agricultores beneficiados.

Mas o que temos a registar é uma construção abandonada que sempre será utilizado para fins eleitorais, não beneficiando em nada o povo de são Nicolau em particular e os cabo-verdianos em geral.

Acredito que os duzentos mil contos a investir na recuperação da barragem, e com amortização do investimento a médio e longo prazos, não é nada comparado com os resultados que daí advém. Resultados esses que podem ser rapidamente anulados através da geração de empregos, impostos, pessoas que deixavam de receber ajuda do estado, melhoria da qualidade de vida e redução do custo de vida.

Não esquecendo de mencionar que dotados de um adequado programa de gestão e manutenção, podem sobreviver mais de 100 ou 150 anos e essa mesma barragem continuará a fornecer água ao vale do Fajã.

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