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Sondagem. O desemprego é o maior problema de Cabo Verde
Política

Sondagem. O desemprego é o maior problema de Cabo Verde

Uma sondagem realizada em Agosto pela Pitagórica, sob encomenda da Presidência da República, mostra que 80 por cento dos cabo-verdianos consideram o desemprego como o maior problema do país. Já 31 por cento entendem que é a segurança e 17 por cento defendem que é a violência.

Este é o resultado de uma sondagem realizada pela empresa portuguesa Pitagórica, entre 7 de Julho e 16 Agosto passado, e que Santiago Magazine teve acesso. Trata-se de um estudo de opinião que faz um espelho um tanto ou quanto curioso da nossa realidade social e política.

No campo político, o estudo revela que a opinião sobre Ulisses Correia e Silva piorou para 16 por cento dos cabo-verdianos, depois de eleito primeiro-ministro, porém melhorou para 29 por cento dos cabo-verdianos. Esta melhoria de opinião sobre Ulisses Correia e Silva aconteceu sobretudo no seio dos mais jovens, 50 por cento, nas classes mais baixas, 47 por cento, e em Santiago Norte, 43 por cento.

A maioria dos entrevistados, ou seja 61 por cento, considera que Ulisses Correia e Silva merece estar a governar. Numa comparação entre o actual primeiro-ministro e José Maria Neves, a maioria, isto é 54 por cento, prefere a forma como Ulisses Correia e Silva, contra 29 por cento que preferem José Maria Neves.

Dos entrevistados, 70 por cento estáão confiantes que o próximo ano vai ser melhor. As ilhas do Fogo e Santo Antão mostram-se os menos optimistas, em 47 e 49 por cento, respectivamente.

A maioria dos entrevistados – 60 por cento - mantém o optimismo quando avaliam o futuro da sua vida pessoal. No entanto, São Vicente e Fogo são os menos optimistas, em 42 e 31 por cento, respectivamente.

A situação financeira deixada por José Maria Neves é avaliada negativamente por 46 por cento dos eleitores. Santo Antão e Santiago Norte são as regiões que melhor avaliam a situação financeira deixada pelo anterior Governo – 24 e 20 por cento, respectivamente.

A oposição mereceu nota positiva dos inquiridos. Mais de metade dos entrevistados, ou seja 56 por cento, está razoavelmente satisfeito com a oposição, no entanto as avaliações negativas superam em 12 pontos percentuais as positivas.

Os cargos políticos com maior notoriedade no país são Presidente da República e primeiro-ministro, cujos protagonistas foram reconhecidos por 93 e 94 por cento dos inqueridos, respectivamente.

Ulisses Correia e Silva é mais conhecido como primeiro-ministro do que como líder do MpD. Apenas 48 por cento dos inqueridos reconhece Ulisses Correia e Silva como líder do MpD.

Já em relação a Janira Hopffer Almada, 62 por centos dos inquiridos reconhece que ela é a líder do PAICV. Porém, apenas 21 por cento sabe que Janira Hopffer Almada é líder do grupo parlamentar do PAICV.

Todavia, neste campo de notoriedade dos nossos políticos, este estudo é sintomático e requer atenção. Por exemplo, apenas 8 por cento dos inquiridos sabe quem é o líder da bancada do MpD, Rui Figueiredo Soares, e só 28 por cento sabe quem é o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos.

Quanto aos nomes, 18 por cento dos inquiridos não consegue dizer o nome do líder do Grupo Parlamentar do MpD correctamente, contra 3 por cento para o nome da líder do Grupo Parlamentar do PAICV e 7 por cento para o presidente do MpD.

A notoriedade do nome do presidente do MpD diminuiu 6 pontos percentuais em relação ao ano de 2016. Em contrapartida, a notoriedade do nome da líder do PAICV aumentou 2 pontos percentuais em relação ao mesmo período.

Neste mesmo período a notoriedade do nome do primeiro-ministro aumentou 5 pontos percentuais, a do Presidente da República aumentou 1 ponto percentual e a da primeira-dama, 7 pontos percentuais.

A líder do Grupo Parlamentar do PAICV viu a sua notoriedade aumentar 19 pontos percentuais. Por seu turno, a notoriedade do presidente da UCID diminuiu 2 pontos percentuais e a do presidente da Assembleia Nacional 2 pontos percentuais.

A maioria defende que deve ser o Presidente da República (42%) a representar o país externamente, apesar de 40% defender que deve ser o PR e o PM.

A esmagadora maioria – 91 por cento dos inquiridos - está satisfeita com a actuação do Presidente da República. 52 por cento consideram que Jorge Carlos Fonseca está a governar melhor, ou muito melhor, que o Presidente anterior, Pedro Pires. 38% dos eleitores consideram que o actual mandato de Jorge Carlos Fonseca está a ser melhor ou muito melhor que o mandato anterior. 74 por cento são de opinião que Jorge Carlos Fonseca actua de forma independente.

Uma larga maioria - 85 por cento - considera que Jorge Carlos Fonseca deve pedir resultados mais rápidos ao Governo. 84 por cento entendem que Jorge Carlos Fonseca deve ser exigente e 74 por cento defendem que ele deve criticar publicamente o que deve ser melhorado.

Jorge Carlos Fonseca é considerado presidente ideal por 87 por cento dos inquiridos, contra 13% que referem que ele não é o presidente ideal para Cabo Verde.

No campo social, o estudo aponta que 93 por cento dos inquiridos possui televisor, 92 por cento tem energia eléctrica, 81 por cento tem um frigorífico e 77 por cento tem água canalizada.

Para 80 por cento dos inquiridos, o desemprego é o principal problema do país. Todavia, 7 por cento acha que é o vandalismo/criminalidade. A violência é considerada principal problema por 17 por cento dos inquiridos, quando 31 por cento considera a insegurança.

Embora o desemprego continua no topo dos problemas do país, aumentaram-se as referências relativas a problemas de insegurança, 31 por cento, violência, 17 por cento e saúde, 26 por cento.

Ficha técnica. Foram inquiridos indivíduos recenseados em Santo Antão, S. Vicente, Sal, Santiago Norte, Santiago Sul e Fogo. O presente estudo cobre 93% do país, com excepção dos eleitores de Brava, Maio, S. Nicolau e Boavista. Foi utilizada uma amostragem mista, estratificada por concelho de recenseamento e com quotas forçadas de sexo e idade. O entrevistado foi seleccionado de acordo com as quotas estipuladas. Na avaliação global dos resultados, foi utilizado um ponderador para recalibrar a amostra de acordo com os pesos dos universos. Foram realizadas entrevistas F2F – face to face, por entrevistadores seleccionados e supervisionados. A amostra total obtida é de 1908 indivíduos. Este valor traduz um grau de confiança de 95,5 por cento, com uma margem de erro de 2,29 por cento. A recolha da informação foi da responsabilidade da Pitagórica. A amostra foi recolhida entre os dias 07 de Julho a 16 de Agosto de 2017. Eleitores recenseados em Sto Antão, S. Vicente, Santiago Norte, Santiago Sul e Fogo (274.054 eleitores DGAPE. 2016)

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Redação