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12 de Setembro. “Guiné e Cabo Verde não conseguiram ir ao encontro do espírito e combate de Cabral”
Política

12 de Setembro. “Guiné e Cabo Verde não conseguiram ir ao encontro do espírito e combate de Cabral”

O consultor jurídico e investigador em políticas nacionais e comunitárias António Tavares disse hoje que Guiné-Bissau e Cabo Verde não conseguiram ir ao encontro daquilo que foi espírito e combate de Amílcar Cabral.

Em declarações à Inforpress, precisamente no dia do 95º aniversário do nascimento do “pai da nacionalidade dos dois países”, aquele investigador da Organização não Governamental Madinter Internacional realçou que Amílcar Cabral lutou pela união de Guiné-Bissau e Cabo Verde.

“Cabral sempre sonhou, de facto, que Guiné-Bissau e as ilhas de Cabo Verde seriam a realidade futura de dois Estados livres e independentes, que, em jeito de federação, tentariam coabitar a irmandade e fazerem a afirmação de um estado onde todos têm o direito ao solo e ao sol”, lembrou.

Conforme avançou, com Cabral não havia a diferença entre homens e mulheres. Aliás, recordou ele, Amílcar Cabral foi o “primeiro homem a lutar pela igualdade do género”.

Analisando tudo isso, aquele investigador admitiu que os dois Estados, que no passado estiveram unidos na luta pela libertação, não conseguiram pôr em marcha o sonho “daquele que idealizou Nação coesa para seus compatriotas”.

“Para recuperar o legado de Amílcar Cabral, é necessário um projecto de transformação profunda da estrutura do Estado, mas com a participação do povo nesta mudança”, defendeu.

Em jeito de análise, António Tavares afirmou que a Guiné-Bissau, desde a sua criação, “nunca conseguiu afirmar-se como uma Nação” independente e soberana.

“Seu grande problema está, precisamente, na cultura política inexistente, na forma como a árvore foi plantada e, sobretudo, na sua irreflectida  adesão à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)”, admitiu.

Segundo o mesmo, a eleição de 24 de Novembro, na Guiné-Bissau, não foi “muito bem reflectida”, isto tendo em conta que grande numero dos cidadãos “não constam no caderno eleitoral”.

Isso, conforme observou, contribui para mais instabilidade política naquele país.

“É preciso pensar nas causas concretas que estão a levar a Guiné-Bissau ao precipício”, avançou, reforçando que Cabo Verde, um país que, de acordo com ele, foi irmão daquela Nação, deveria ajudá-la a sair desta situação.

Amílcar Cabral nasceu em Bafatá, Guiné-Bissau, a 12 de Setembro de 1924.

Filho de Juvenal Cabral e Iva Pinhel Évora, Cabral foi poeta, agrónomo, fundador do PAIGC e “pai” da independência conjunta de Cabo Verde (5 Julho de 1975) e Guiné-Bissau (oficialmente a 10 Setembro de 1974).

Assassinado a 20 de Janeiro de 1973, na presença da sua mulher Ana Maria, em Conacry, Amílcar Cabral assume uma figura de destaque no continente Africano, como um dos líderes mais influentes.

Com Inforpress

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Redação