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IV FMDEL. Especialistas elegem emprego qualificado como motor do desenvolvimento local
Sociedade

IV FMDEL. Especialistas elegem emprego qualificado como motor do desenvolvimento local

Especialistas presentes no IV Fórum Mundial do Desenvolvimento Económico Local (IV FMDEL) elegeram a criação de emprego digno e com qualidade como motor para o desenvolvimento local e alavanca e oportunidades para captar o potencial humano.

A tese foi defendida durante a apresentação e debates no painel “Instrumentos para inclusão socioeconómica da população vulnerável: políticas para promover a criação de empregos dignos e de qualidade, empreendedorismo e formação”, no âmbito das sessões de trabalho do IV Fórum Mundial de Desenvolvimento Local, inaugurado esta terça-feira na Cidade da Praia e que se estende até sexta-feira, 20.

Neste âmbito, os especialistas veem ainda na formação e na qualificação adequada aos novos desafios da sociedade, um complemento à educação, e instrumento que geram valores acrescentados e tornam as comunidades mais competitivas.

Na sua intervenção neste painel a diretora da Organização Não Governamental GOSPE, Carla Cossu, falou da experiência que a sua organização está a ter com a população da ilha do Fogo e afirmou que o sucesso só pode ser possível se houver diálogo entre as partes no que concerne ao desenvolvimento local.

Segundo Carla Cossu, com o funcionamento de uma mesa de diálogo em que atuam as camaras e as comunidades, é possível dar conta que a capacidade em se investir nas pessoas e promover o seu bem-estar, é promover o desenvolvimento local.

“Muitas das vezes é a comunidade que consegue encontrar soluções face às dificuldades que imperam nas suas localidades. Por isso, apostar na qualificação das pessoas, adequada aos novos desafios da sociedade e dando resposta à economia sustentável, é possível conseguir promover emprego digno e de qualidade”, disse.

O cooperativismos e associativismo foi apontado, pela especialista, como o potencial criativo que pode ser fomentado pelas políticas institucionais e da comunidade, criando oportunidade para que as mesmas possam gerar emprego na sua localidade.

Para isso, acredita que se deve começar por se fazer um mapeamento das necessidades de cada localidade a fim de se saber o que podem fazer para contribuir para o desenvolvimento local e gerar uma economia mais solidária.

Por sua vez, o presidente da “Escola Mayor de Gestão Municipal” de Peru, Michel Azcueta, referiu-se à experiência do seu país na mudança da dinâmica e da visão de alguns municípios.

“Fala-se sempre da pobreza, mas no Peru tentamos introduzir uma nova metodologia que funciona a partir de potencialidades e mudanças, que os governos locais e municipais podem gerir como desenvolvimento motor da economia local”, disse.

Tratando-se de um país com muita desigualdade social, Michel Azcueta afirmou que o facto de cada povo ter a sua potencialidade, tem permitido um desenvolvendo local com base nas potencialidades locais, levando a que as populações não tenham vontade de migrar para o centro.

Segundo indicou, através de apoios governamentais, homens, mulheres e crianças têm focado na sua potencialidade para gerar rendimento para a sua localidade de residência.

O tema que esteve em debate neste painel, espelha o objetivo 8 da agenda do Desenvolvimento Sustentável: Trabalho Digno e Crescimento Económico, recomenda a promoção de políticas orientadas para o desenvolvimento que apoiem as atividades produtivas, criação de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivo a formalização e ao crescimento das micro, pequenas e médias empresas, inclusive através do acesso aos serviços financeiros.

No final do debate recomendou-se aos governantes, a melhoria, progressivamente, até 2030, a eficiência dos recursos globais no consumo e na produção, procurando ativamente dissociar crescimento económico da degradação ambiental, de acordo com o Enquadramento Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis, com os países desenvolvidos na liderança.

Outra recomendação avançada é que até 2030, os países alcancem o emprego pleno e produtivo, o trabalho decente para todas as mulheres e homens, inclusive para os jovens e as pessoas com deficiência, assim como remuneração igual para trabalho de igual valor.

O IV Fórum Mundial de Desenvolvimento Económico (FMDEL), inaugurado esta terça-feira no Estádio Nacional, na Cidade da Praia, prossegue os trabalhos até sexta-feira, 20.

O evento, ao qual participam mais de 2 mil delegados oriundos de mais de 80 países, abrangendo todos os continentes, conta com mais de 190 oradores, repartidos em mais de 50 sessões (sessão plenária, diálogos políticos, painel interactivo, sessão de aprendizagem), onde vão ser debatidos assuntos ligados ao DEL, no quadro dos ODS, com três áreas temáticas, nomeadamente “Integração e Coesão Territoriais”, “Resiliências e Sociedades pacíficas” e “Economia Sustentável e Inclusivo”.

O primeiro FMDEL teve lugar em 2011, em Espanha, o segundo no Brasil, em 2013 e o terceiro em 2015, na Itália.

Com Inforpress

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Redação