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Polícia Nacional preocupada com a "desconcentração do crime" no país
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Polícia Nacional preocupada com a "desconcentração do crime" no país

Crimes na Praia baixaram para metade. Mas crescem em São Vicente, Sal e Boa Vista. Dados da Polícia Nacional indicam ainda um aumento dos crimes de VBG e os de agressão sexual contra menores.

O Conselho de Comandos da Polícia Nacional vai-se reunir em breve para discutir os novos dados sobre a criminalidade em Cabo Verde. “Este ano, vamos receber um total de 240 efectivos”, começou por dizer o director nacional da PN, Emanuel Estaline, acrescentando que a instituição que dirige vai implementar medidas operacionais com vista a “estancar a criminalidade” no país.

Citado pela agência noticiosa Inforpress, Estaline confirmou os dados do relatório sobre a criminalidade divulgado ontem, quinta-feira, 22, pela PN, e que revela um novo mapa do crime no arquipélago. O director nacional da PN fala de “desconcentração de certos tipos de crime”, referindo-se, exactamente, ao facto de os atentados contra pessoas terem baixado cerca de 50% na Praia em 2017 – “menos 18 ocorrências em relação ao ano de 2016” –, mas aumentado consideravelmente em São Vicente, Sal e Boa Vista.

“Os dados registados na PN mostram que a nível nacional houve uma redução de crimes em 10,7 por cento (%)”, afirmou Emanuel Estaline, acrescentando que os crimes contra pessoas diminuíram em 48%, enquanto os contra o património em 52 %.

O responsável da instituição que garante a segurança interna, adiantou ainda que em 2017 não houve um aumento dos crimes de Violência com Base no Género (BVG). Entretanto, os crimes de agressão sexual contra menores registou aumentos, informação que salta logo à vista, tendo em conta as incessantes campanhas que as autoridades e organizações da sociedade civil vêm fazendo.

No geral, os dados sobre as ocorrências criminais registadas em 2017 revelam uma diminuição na ordem dos 10,7%, face a 2016. Os crimes contra pessoas baixaram 13,7%, e os crimes contra o património caíram 7,9% em todo o país.

A ofensa corporal, com 3.393 ocorrências, está no primeiro lugar da lista de queixas no ano passado, se bem que esse tipo de crime tenha reduzido 11% quando comparado com 2016. Relativamente aos crimes mais graves, o relatório da PN diz que o homicídio diminuiu 39%, isto é, houve menos 24 homicídios em 2017. A correr na contramão está o abuso sexual de crianças e menores que cresceu 7% - ao todo, entraram para as estatísticas da PN 126 ocorrências.

De notar que Ribeira Brava, em São Nicolau, foi o concelho onde se verificou uma queda mais acentuada acentuada nas ocorrências em 2017 (40,1%). E Paul, ilha de Santo Antão, teve o maior crescimento da criminalidade (31% - o mais expressivo do país).

Segundo dados apresentados pela PN, São Vicente registou um aumento de 6,9% do número das ocorrências – de 3936, em 2016, subiu para 4208 ocorrências no ano passado. Houve mais crimes na ilha do Sal, Tarrafal de Santiago, Ribeira Grande de Santo Antão, Paul e São Lourenço dos Órgãos. Em Santa Catarina do Fogo, o número de caos reportados às autoridades manteve-se estável.

Todos esses dados vão ser analisado pelos oficiais da polícia durante o Conselho dos Comandos, com destaque para as situações de desconcentração de crime e as medidas de contenção a serem adoptadas. Emanuel Estaline assegurou ainda que o projeto Escola Segura vai continuar a fim de se garantir a segurança das comunidades escolares.

Com Inforpress

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Redação