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Crónica do possível (não) acontecer em Cabo Verde
Ponto de Vista

Crónica do possível (não) acontecer em Cabo Verde

A segurança é um bem precioso que sem ela não é possível realizar as demais necessidades básicas.

Em muitos países e muitas organizações, a problemática da (in)segurança é encarada com muita seriedade, cujos procedimentos adotados são bastante rígidos.

Por exemplo, as Nações Unidas não permitem que os membros de uma delegação viajem juntos num mesmo avião.

Do mesmo modo, a família real britânica, muitos casais e banda famosos também adotam o mesmo procedimento.

Aliás, na Inglaterra é expressamente proibido um herdeiro real estar na mesma aeronave que o outro porque em caso de um possível acidente, a coroa ficaria sem sucessor.

Portanto, o motivo comum dessa precaução é o medo de uma tragédia seja ainda maior.

Recorda-se que várias equipas já perderam quase todo o plantel em queda de aviões, por causa dessa falta de precaução.

Um exemplo mais recente foi a queda do avião que em 2016, transportava a equipa Chapecoense que ia jogar a final da Copa Sul-Americana, em que sobreviveram apenas três jogadores.

Entretanto, aqui em Cabo Verde, essa questão nunca é levada muito a sério ou então é encarrada com muito amadorismo.

Por exemplo, algumas vezes já se deparou com a deslocação no mesmo avião, de todo elenco governamental (incluindo PM), para realização de Conselhos de Ministros em outras ilhas.

Neste caso, e no caso de uma tragédia, seria obrigatoriamente a realização de eleições antecipadas.

O mesmo se verifica com jornadas parlamentares, conselhos de ministério, as nossas equipas de seleção nacional que se deslocam para as ilhas e/ou países no mesmo avião, sem nunca pensarem que uma fatalidade também pode acontecer connosco.

Por essas e outras razões, eu considero que a problemática da (in)segurança não é levada a sério no nosso país.

É basta ver, por exemplo, onde se encontram instalados o Estado Maior das Forças Armadas, a Direção Nacional da Polícia Nacional e os funcionários da FICASE.

Pois, ambos estão instalados em prédios cujos donos já foram condenados por crimes de narcotráfico e dizem que até já houve rumores de ameaças de bombas num desses prédios, por causa da confiscação dos seus bens por parte do estado.

Nós temos sempre a mania de que uma tragédia nunca acontece neste país e que só acontece com os outros.

Porém não podemos esquecer que num mundo globalizado também pode ser POSSÍVEL.

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Redação