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"Temos que mudar o paradigma em África, deixar de palavras e passar à acção"
Política

"Temos que mudar o paradigma em África, deixar de palavras e passar à acção"

O líder da Juventude do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (JPAI-PAICV), Fidel Cardoso, afirmou durante uma entrevista exclusiva ao semanário O Democrata, em Bissau, que é preciso mudar o paradigma em África, ou seja, deixar de palavras e passar para a acção. Acrescentou, no entanto, que este é um dos desafios que os jovens africanos devem encarar para fazer uma mudança pela positiva na luta pela instauração da democracia e desenvolvimento de África.

O jovem político cabo-verdiano se encontra de visita ao solo pátrio de Amílcar Cabral desde o passado 15 de julho. A visita estender-se-á até ao próximo dia 20 e visa dar seguimento ao Memorando de Entendimento assinado entre as duas organizações políticas juvenis de esquerda de Cabo Verde e da Guiné Bissau, a JPAI/PAICV (Juventude do PAI) e a JAAC/PAIGC (Juventude Africana Amílcar Cabral), com o intuito de fortalecer as relações institucionais e de cooperação históricas.

Fidel Cardoso defendeu durante a entrevista que as ações das organizações juvenis da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) doravante não podem basear-se apenas nas palavras ou encontros, mas também “é preciso encarar o desafio e trabalhar na produção de coisas concretas, acordos e colocar em prática as políticas e medidas que vão de acordo com as expectativas de cada país integrante”.

Solicitado a comentar a possibilidade de a CPLP evoluir no futuro para além da cultura e língua, respondeu que de momento tudo está em aberto. Mostrou-se, contudo, esperançado que sairão da Cimeira resoluções que contribuirão para o fortalecimento daquela organização lusófona.

PRESIDENTE DE JPAI DEFENDE CRIAÇÃO DE AGENDA PARA A JUVENTUDE AFRICANA

Relativamente à sua visita a Guiné-Bissau a convite da JAAC, Fidel Cardoso explicou que a visita enquadra-se no seguimento de um memorando de entendimento assinado entre a JPAI e a sua congênere guineense, em Cabo Verde. Acrescentou que a sua estada no país serve igualmente para continuar o intercâmbio iniciado no solo cabo-verdiano com o líder da JAAC, aquando da sua visita às ilhas no início deste ano.

Assegurou que durante a sua estada vão debater temas interessantes que falam sobre as políticas públicas para a juventude, tendo afirmado ainda que precisam ser mais ousados e começar a pensar numa agenda para a juventude africana, na qual serão definidas as estratégias claras e ações concretas para apoiar as organizações juvenis lusófonas em particular e africana em geral.

“A juventude do PAICV e do PAIGC já começaram a dar esses passos. Queremos continuar a sensibilizar as outras juventudes partidárias, nomeadamente dos Países de Língua Oficial Português (PALOP) para fazerem parte desta dinamica”, espelhou.

JPAI: “SE NÃO INVESTIRMOS NA JUVENTUDE NO PRESENTE, DIFICILMENTE PODEREMOS TER UM FUTURO RISONHO”

Questionado sobre qual deverá ser a agenda própria das organizações juvenis partidárias, Fidel Cardoso disse que as organizações partidárias têm o dever de lutar pelas causas da juventude. Referiu que a juventude é a camada que mais sofre nas sociedades africanas, não obstante ela constituir a maior parte da população. Por essa razão, continuou, a juventude merece uma atenção especial da parte dos governos dos respectivos países.

“A atuação da juventude partidária deve estar em cima, de forma a adoptar políticas que possam dar combate em favor das causas da juventude, nomeadamente o emprego, empreendedorismo, a formação, a qualificação e a investigação científica que são aspetos importantes para que qualquer país possa avançar. Se não investirmos na juventude no presente, dificilmente poderemos ter um futuro risonho. A JPAI e a JAAC têm claramente um grande desafio nesta matéria”, advertiu o jovem político cabo-verdiano.

Assegurou neste particular que a JAAC tem estado a fazer um grande trabalho,sobretudo no que concerne a promoção da participação política de jovens. No entanto, diz que a sua organização está disponivel para apoiar a JAAC neste sentido.

“A Guiné-Bissau merece estar no caminho do desenvolvimento para o bem-estar do seu povo, pelo que se exige a contribuição de todos os guineenses neste sentido”, sublinhou.

Fidel Cardoso realçou a recepção que teve da parte da juventude dos libertadores desde o aeroporto Osvaldo Vieira até a sede do partido, onde foi recebido pelos dirigentes do PAIGC.

Explicou que a visita permitiu-lhe igualmente reunir-se com a estrutura da JPAI na Guiné-Bissau, onde avaliaram o funcionamento da mesma. Frisou aina que reuniu-se também com a comunidade cabo-verdiana e para analisar a questão da integração.

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Redação