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Príncipes, ministros e dezenas de ex-governantes detidos na Arábia Saudita
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Príncipes, ministros e dezenas de ex-governantes detidos na Arábia Saudita

Entre os detidos está o príncipe Al Waleed Bin Talal (foto), um dos homens mais ricos do mundo que em 2005 esteve em Cabo Verde tentando estabelecer negócios no sector hoteleiro.

Segundo relata o jornal Público, de Portugal, horas depois de o rei Salman ter anunciado a constituição de um novo comité de combate à corrupção, dez príncipes e dezenas de antigos ministros e quatro actuais governantes foram detidos.

O novo comité de combate à corrupção é agora liderado por Mohammed bin Salman, que foi recentemente nomeado príncipe herdeiro da Arábia Saudita. E ontem, sábado, 4, onze príncipes e dezenas de antigos ministros sauditas foram detidos, noticiou a televisão Al Arabiya citando fontes não identificadas. Além disso, foram ainda detidos quatro actuais governantes.

Entre os detidos encontra-se o príncipe Alwaleed Bin Talal, um dos homens mais ricos do mundo que conta com participações em empresas como Citigroup, Apple, Compaq, Ebay, Kodak, 21st Century Fox ou Twitter. Bin Talal, refira-se, esteve em Cabo Verde em 2005, no final de um périplo pelo continente africano em busca de oportunidades de investimento. Chegou ao país no seu Boeing particular, mas do Sal para Praia viajou num luxuoso jacto para um curto encontro com o então presidente da República, Pedro Pires no Palácio do Plateau.

Estiveram presentes os antigos ministros da Economia João Pereira silva, e dos Negócios Estrangeiros, Victor Borges, além de empresários de diversos sectores, do turismo à banca - três dos quatro empresários que ontem se privaram com o príncipe saudita eram da banca (Miguel Afonso, do BCA, Francisco Simões, da Caixa Económica, Aquilino Camacho, do Banco Cabo-verdiano de Negócios), o quarto era Alfredo Carvalho, dono da Tecnicil e empresário do ramo da imobiliária turística.

No final do encontro, o príncipe saudita, que na altura a Forbes o colocava como o quarto homem mais rico do Planeta com uma fortuna estimada em 27 biliões de dólares, confirmou o seu interesse em Cabo Verde. “Encontrei-me com o presidente da República, com alguns ministros e empresários para encetar contactos e abrir discussão sobre os investimentos em Cabo Verde, em especial no sector hoteleiro. Por enquanto só a indústria hoteleira”, dissera então. Só que tudo não passou da intenção, apesar de o então Governo ter garantido que iria relançar os contactos com o multimilionário saudita e atrair mais investidores desse país do Médio Oriente a Cabo Verde.

Ontem, o magnata que é mestre em Ciências e bacharel em Ciências da Arte, acabou detido pelas autoridades do seu país por suspeitas de corrupção. Um processo levado a peito pelo novo Comité de Combate à Corrupção empossado horas antes. A formação deste novo comité foi anunciada pelo rei Salman da Arábia Saudita, em paralelo com uma vasta remodelação governamental.

Um ministro, bem como os responsáveis da Guarda Nacional Saudita, foram substituídos. Concretamente, foram afastados o príncipe Meteb bin Abdullah, que liderava até agora a Guarda Nacional, e Adel Fakeih, ministro da Economia. Também o comandante da marinha saudita, Abdullah al-Sultan, foi substituído. Riad faz assim alterações em dois sectores fundamentais - o da segurança interna e a economia.

Estas alterações surgem meses depois de o rei Salman, no trono desde 2015, ter afastado o sobrinho Mohamed bin Nayef da linha de sucessão e de todos os cargos que este ocupava, e ter feito seu sucessor directo o filho, Mohammed bin Salman, que agora lidera o comité de combate à corrupção que levou a cabo as detenções ocorridas neste sábado.

Também neste sábado um míssil balístico lançado pelos rebeldes houthis no Iémen foi interceptado pelas antiaéreas sauditas junto ao aeroporto de Riad.

O agora príncipe herdeiro iniciou desde então uma série de alterações no funcionamento do reino e na própria sociedade saudita. Exemplo disso foi o facto de as mulheres terem sido finalmente autorizadas a conduzir e a assistir a jogos de futebol em três estádios a partir de 2018.

Com Público

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Redação