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Deferimento espiritual. Em jeito de confissão
Ponto de Vista

Deferimento espiritual. Em jeito de confissão

Nesta manhã, enquanto dirigia ao Senhor as minhas preces matinais, lembro-me de O ter pedido que me ajude e capacite a escrever algo para a geração futura - a posteridade. Trago comigo esse bicho de escrever há já algum tempo, mas devido a falta de preparação académica para tal, e se calhar também por falta de engenho e arte, venho marcando passos em direção ao nada. Pois que comparando a minha aspiração com a minha aplicação e consequentemente o resultado obtido, vejo e sinto-me muito aquém da meta desejada. O alvo continua sendo inatingível. Os anos passam sem parar e o pobre do autor ainda continua estagnado. Não conseguiu, até o momento, escrever qualquer coisa que tenha vida comunicativa e que possa ministrar a sociedade algo criado por ele, orquestrado no armazém da sua imaginação, visando o ensino e a preparação moral, espiritual ou intelectual do tempo presente e futuro.

Dito isto, quando cheguei a biblioteca onde neste preciso momento me encontro, dou comigo sem qualquer tipo de inspiração. Tentei desafiar-me veentemente não querendo desistir. Entretanto, não houve outro remédio senão pôr de lado, ao menos momentaneamente, a ideia de escrever as notas do dia que é a maneira mais fácil para mim de inspiração. Mudei de propósito enquanto consultava outras avenidas, outros horizontes intelectuais ou literários.

Foi então que me surgiu a lembrança da minha oração nesta manhã. O Senhor pelos vistos quer abençoar-me com esse dom de escrever, mas quer que eu ministre o seu povo nas coisas concernentes ao espírito, com a vida verdadeira e eterna depois desta temporária ilusória, ou seja, tudo o que tem a ver com o ensino da palavra do Senhor, visando a salvação por intermédio do conhecimento de Deus através da sua palavra.

É que, normalmente, o escrever não vai ser fácil para mim, mas nesta manhã senti-me deveras mais de que nunca numa impossibilidade total, e creio firmemente que o Senhor se encontra ao meu lado, aconselhando-me a desistir do propósito de impressionar o vulgo com pensamentos meramente forjados no forno da vaidade ou presunção que pouco ou nada edifiquem uma sociedade que se encontra cada dia mais distante da realidade, sem norte e sem muita esperança.

Vive-se uma esperança e fé cada vez mais ténues. A desconfiança de tudo e de todos passou a ser o prato do dia. Acorda-se de manhã com uma grande e pesada ansiedade. Somos confrontados a cada instante por acontecimentos nunca vistos ou tão puco imaginados. Os nossos antepassados, escritores, poetas e grandes pensadores que se esforçaram grandemente para nos deixarem ensinos que nos permitissem enxergar com mais evidência o além, e por consequência, desfrutarmos de uma vida melhor, em parte conseguiram. Contudo, não puderam satisfazer as demandas das reais necessidades do coração humano.

Sempre exigente o nosso coração, aspiramos sem cessar o desejado e o necessário, sem querer saber ou conhecer a diferença. E é aí é que se encontra o perigo. Há que separar o temporal do eterno, o material do espiritual, o imaginário do real. Pois, só assim o ser humano pode encontrar a felicidde que ele tanto almeja. Não somente a presente, mas também a vindoura. E para que tal aconteça, temos que aprender do manual da vida, as Santas Escrituras, a palavra de Deus.

Penso que foi esta a lição que o Senhor me quer ministrar hoje respondendo a minha oração, deferindo o meu requerimento. Penso mudar de ideia. Em vez de me iludir com coisas fúteis na mira e intenção de impressionar a nossa imunda e cega sociedade através de vaidades enganosas, passo a ajoelhar-me cada dia aos pés do Senhor, pedindo-LHE que me use para o bem da humanidade, mas através de uma sincera humildade, cooperando com a sua graça, dependendo inteiramente D’Ele para o bem comum e Gloria Dele. Louvado seja o seu Santo e bendito nome!!!

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Redação