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Governo porreiríssimo! Amigo dos empresários amigos!
Entrelinhas

Governo porreiríssimo! Amigo dos empresários amigos!

Um governo que pensa subsidiar uma empresa estrangeira, no caso o grupo português Transinsular, com um valor de 3 milhões de euros, para explorar o mar das ilhas em regime de monopólio. Ou seja, sozinha! E nem permite que se questione! 

Um governo que faz contrato milionário com a Icelandair, para administrar a TACV, assumindo ele todos os encargos de funcionamento, investimento, e ainda do aluguer dos aviões, por um período mínimo de 12 meses e máximo de 36 meses, sem qualquer consequência para esta, caso as coisas não correrem bem! E diz que é uma visão futurista, porque captar investimento direto estrangeiro é chique, é moderno, é para  os iluminados.

Porreiro, nê? Ou será benevolente?

Ulisses Correia e Silva é, com efeito, um político benevolente. O homem das soluções não brinca em serviço, quando a palavra de ordem é se solidarizar com os parceiros. Com os amigos. Ou será com os empresários amigos? Sobretudo esses a quem se convencionou chamar de investidores estrangeiros. Ou, usando uma terminologia mais chique, mais moderna, diria, portadores de investimento direto estrangeiro.

Sim. O nosso Primeiro Ministro é um tipo porreiro! E dirige um governo porreiríssimo. Amigo dos empresários amigos. Assim, numa espécie de clube de balizinha, a festa é diária, onde os pratos principais podem ser concursos viciados, jogos de influência, compadrios, palmadinhas nas costas, troca de favores e sevícias psicológicas.

Porque assim é que é chique. E moderno. E iluminado. Abrir o quintal para os que chegam de fora, mesmo que de bolso vazio, é que é importante, oportuno e inteligente. Quem é contra é porque está enfermo de ideologias esquerdistas, é um nacionalista frustrado, um comunista complexado. Quem é contra não vislumbra o futuro, é contra os estrangeiros, é um empecilho ao desenvolvimento do país e deve ser exterminado. Porque a maioria pode e quer.

É, ou não é assim que tem sido entre nós? Rui Figueiredo Soares, o chefe da parada, que o diga. Este homem, que se afirma mais democrático que o próprio Sócrates, o ateniense, já disse que está investido do poder da maioria e que pode perfeitamente mandar um certo deputado àquela parte. Ou seja, com o poder da maioria, ele promete destruir um certo deputado, cujo poder, tal como o da maioria de que se arroga, emana do povo, porque eleito por este.

Muitos poderão pensar que ele foi traído pelas palavras, pelas emoções, mas duvidamos que assim seja. Este homem sabe o que diz, sendo corajoso como poucos. Então, não é ele que disse que o desaparecimento de crianças é questão menor? Porreiraço também, este deputado, formado em direito e psicologia!

Enfim! Coisas da democracia, neste país minúsculo, capacidade produtiva reduzida, sector privado esfomeado e uma classe política ardilosa, presumida e truculenta!

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Redação