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Regionalização e diplomacia desportiva contra o “STATUS QUO”
Colunista

Regionalização e diplomacia desportiva contra o “STATUS QUO”

A diplomacia é tradicionalmente estatal e desenvolvida por diplomatas, actualmente conta com novos canais, ferramentas, atores e formas. Uma dessas novas formas, relacionada ao objeto de estudo, é a diplomacia pública, que consiste em informar e envolver o público estrangeiro para moldar sua percepção com uma imagem favorável do país... Temos pistas e novas soluções a por em prática, se houver vontade política...

Em matéria de desenvolvimento inclusivo, com justiça social, abraçando todas as ilhas de Cabo Verde, depois de esses quase 46 anos de soberania politica uma coisa é certa, até estes primeiros meses deste ano de 2021, estamos em déficit... mas é necessário, termos confiança nas nossas “habilidades” e amplitude de visão.

Cabo Verde necessita construir uma visão de longo alcance, perseverança, identificação e ordenação de todos os seus ativos e humildemente, promover, estabelecimento de laços e relacionamentos com todos os seus parceiros internacionais que exaltem nossa singularidade.

Se admitirmos que o institucional é um valor essencial nas relações internacionais, e um facto autônomo, de grande valor para a Cabo Verde, pela peculiaridade de sua estrutura político-territorial, temos de criar a oportunidade de formular um amplo tecido de enorme potencial cultural e desportiva da caboverdianidade e morabeza... Apesar dos seus efeitos negativos a pandemia Covid19 nos vacinou, contra as doenças da alma que tanto marcaram este país, desde o primeiro trimestre de 2020. Somos dez ilhas, quer queiramos quer não temos que compreender a nossa propria natureza “geografica regional” que exige soluções distintas, como condição necessária para realizar uma análise rigorosa de fenômenos de natureza social, económico e cultural, como processos de desenvolvimento.

Compreender bem como os territórios de todas estas dez ilhas se estruturam ao nível socioeconómico, mas também ao nível ambiental ou ecológico é essencial; e instalando a “regionalização” de facto, nestas ilhas do atlantico médio irá ajudar-nos a replicar modelos de sucesso com conhecimentos das circunstâncias particulares de cada território-ilha, evitando a continuidade de erros de “governança” e frustrações “fabricando” uma verdadeira transformação multidimensional em que cada variável contrai consequências quase únicas mas operacionais, com impacto para um crescimento socioeconómico mais ajustado...

Não devemos também, subestimar a capacidade de outras disciplinas como história, economia ou ecologia de cada uma das ilhas, porque justamente de uma análise que incorpore todas essas dimensões pode surgir uma pesquisa completa que leve em conta os diferentes fatores que influenciam a sociedade caboverdiana esta nação crioula que é unica e indevesivel. .Entender a “geografia-regional” do desenvolvimento das “ilhas” não é o único quadro teórico para abordar a realidade, mas incorpora explicações singulares que nenhum outro quadro teórico pode fornecer. Como, por exemplo, o conceito de “territórios”, entendido como um campo de relações e interdependências entre diversos factores... como base para compreender a execução do quadro .desenvolvimento global da nação caboverdiana.

O conhecimento das dinâmicas internas de uma sociedade como a importância da sua orografia, da sua hidrologia, do seu clima, se são economicamente dependentes de determinados recursos naturais, e ainda das dinâmicas socioculturais como os sentimentos religiosos predominantes, a distribuição da população naquela área ou o impacto dos movimentos migratórios (não devemos esquecer que passamos a ser país de imigração) deve ajudar a planejar uma estratégia de desenvolvimento durável adequada às características da situação “status quo” de subdesenvolvimento que enfrentam todas as nove ilhas habitadas…

Falamos sempre de um país pobre sem recursos, esquecendo a oportunidade de operar uma deplomacia desportiva tendo Cabo Verde, secalhar dezenas de atletas brilhando sobretudo na Europa e internamente, selecções nacionais de várias modalidades desportivas, já conhecidas internacionalmente...

O desporto tornou-se muito influente, embora o desporto moderno tenha buscado uma separação entre a política e o Estado, o surgimento do Movimento Olímpico Moderno, que incluiu em seus objetivos claras implicações diplomáticas: o desejo de fazer do desporto um meio de aproximação de pessoas de diferentes classes, povos, raças e religiões; contribuindo assim para o fim das guerras com a recuperação da trégua olímpica. O período entre guerras levou a uma maior intervenção estatal, tornando os eventos desportivos uma espécie de "competição interestadual". Durante a Guerra Fria foi usado como ferramenta de boicote, reconhecimento internacional de novas nações e até mesmo para estabelecer relações bilaterais...

A diplomacia é tradicionalmente estatal e desenvolvida por diplomatas, actualmente conta com novos canais, ferramentas, atores e formas. Uma dessas novas formas, relacionada ao objeto de estudo, é a diplomacia pública, que consiste em informar e envolver o público estrangeiro para moldar sua percepção com uma imagem favorável do país... Temos pistas e novas soluções a por em prática, se houver vontade política...

Os decisores são surdos, mas a iniciativa de cidadania insiste, porque queremos um pais inclusivo e a crescer, isto é o maior legado para as futuras gerações...

 miljvdav@gmail.com

 

 

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